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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Gordinhas sobem às passarelas em semana de moda GG


Mayara Russi tinha 15 anos e passeava em um shopping center quando foi abordada pelo olheiro de uma agência de modelos. Em vez de se envaidecer com o convite para uma sessão de fotos, a garota se revoltou. “Achei brincadeira de mau gosto! Eu era uma adolescente gordinha!”, relembra.

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Foto: G1
Vestidos de casamento para mulheres GG fazem sucesso em evento
Foram justamente os quilinhos a mais que chamaram a atenção do especialista, que viu na menina um talento potencial para a moda “plus size”. Passados seis anos, Mayara faz sucesso em catálogos e desfiles para grifes especializadas em tamanhos grandes, e, graças aos olhos azuis puxadinhos, ficou conhecida como a “Ana Paula Arósio GG”.
A modelo será um dos destaques da terceira temporada do Fashion Weekend Plus Size, evento que acontece neste sábado (12), a partir das 17h, no Shopping Frei Caneca, em São Paulo. Na passarela, nove marcas de roupas e acessórios apresentarão as tendências para o outono-inverno 2011, para manequins do 44 ao 56.
“Na primeira edição, em janeiro de 2010, a maioria das coleções era de malharia. Hoje temos variedade: alfaiataria, vestidos de festa, lingerie...”, conta Renata Poskus Vaz, idealizadora do FWPS. “Isso prova que o mercado está em ascensão. Gordinha não quer mais usar só roupa preta ou vestidão da vovó: estamos de olho no que é moda.”
Renata é autora do blog Mulherão, que traz dicas de moda e beleza para as mais cheinhas. Com cerca de 10 mil acessos diários, o sucesso do site acabou dando origem ao evento fashion.
“O blog virou referência e os lojistas me procuravam em busca de divulgação. Então resolvi reunir os expositores em uma única passarela, com roupas comerciais e usáveis. Não temos um discurso de ‘elevar a auto-estima das gordinhas’, como a maioria das iniciativas. O objetivo da FWPS é vender roupa.”
Mulheres reais
O estilista curitibano Edson Eddel, especialista em noivas, é um dos que acredita no poder lucrativo das consumidoras GG. “Não são as magrinhas que sustentam meu ateliê. Quem me dá dinheiro hoje são as mulheres acima do manequim 44”, diz o designer, cujos modelitos variam de R$ 5.000 a R$ 20 mil.
Na FWPS, Eddel apresentará criações feitas com materiais recicláveis para noivas e madrinhas de casamento. “São vestidos que valorizam o colo e as costas, que para mim são as partes mais belas do corpo das gordinhas. Mas não faço nada que exponha demais o busto e os braços, senão fica muito matrona.”
Outra iniciativa dedicada às garotas “plus size” (tamanho maior, na tradução do inglês) é o projeto Mulheres Reais. Além de ensaios fotográficos e guias de estilo, o grupo promove desfiles de moda – a edição mais recente aconteceu na última terça-feira, em São Paulo. (veja acima vídeo com momentos do evento)
“As grifes que são nossas parceiras se dedicam às mulheres que estão acima do peso e não se reconhecem nessas vitrines com roupas tamanho 38 e 40”, explica Jefferson Benício, idealizador do projeto ao lado de Adilton Amaral. “Queremos mostrar para as gordinhas que elas podem se sentir elegantes e sensuais usando uma moda que respeite as características de seu biotipo”.
A estilista alagoana Sarah Vutano acaba de concluir a faculdade de Moda e apresentou sua primeira coleção na passarela do Mulheres Reais. “Desde o início do meu curso procurei me especializar no 'plus size'. É um público bacana, que está aí, cheio de vontade de informação de moda”, opina.
A expansão das grifes e dos eventos fashion tem atraído as gordinhas que sonham com as passarelas. E esse interesse só aumentou com o sucesso da carioca Fluvia Lacerda, a modelo brasileira de maior sucesso no ramo, apelidada de “Gisele Bündchen plus size”.
“Todas queremos chegar onde a Fluvia chegou. Ser modelo de prova para grifes famosas, desfilar no exterior...”, cita Mayara Russi, cujo maior sonho é se apresentar na passarela do Full Figured Fashion Week – semana de moda voltada para as marcas "plus size", que acontece há dez anos em Nova York.
O objetivo também é compartilhado por modelos como Alessandra Linder, 26, que há três anos postou fotos em sua página no Orkut e chamou a atenção de fotógrafo. “Estou me preparando para isso. Procuro ter uma alimentação balanceada, faço tratamentos estéticos, fiz curso de passarela para aprender a desfilar direitinho”, enumera.
Segundo Samantha Rebello, 27, modelo de provas das peças GG da loja de departamento Marisa, a referência para as modelos “plus size” não é a mais poderosa das tops. “Quando a Gisele desfila, joga muito o quadril para os lados. Nós não podemos fazer isso, porque temos o bumbum avantajado e ficaria um caminhar muito rebolativo”, compara. “Quando desfilo fico com a coluna e a postura bem eretas e penso em movimentos suaves como os de uma bailarina”.
O cachê de uma modelo "plus size" gira em torno de R$ 200 por desfile e pode chegar a R$ 2.000 por fotos para um catálogo de lingerie ou moda praia. “Aqui no Brasil ainda pagam pouco. Sei de meninas que, na ânsia de começar uma carreira, trabalham até de graça”, revela Mayara.
A criadora do FWPS alerta para iniciativas oportunistas. "Há muita picaretagem por aí. Grande parte dos cursos para modelos 'plus size' não são idôneos e só querem tirar dinheiro das meninas que sonham com a carreira", revela Renata. "O que precisa ficar claro é que não basta apenas ser gordinha para ser uma top 'plus size'. É preciso vocação, um corpo harmonioso, profissionalismo e dedicação. Como acontece com as modelos convencionais", diz Renata.
Jessica Bini, 25, é “new face” e aposta de sucesso de várias grifes GG. Mas a neomodelo nem pensa em largar o cargo de analista de comércio exterior para se dedicar às passarelas. “Não rola... É um mercado que ainda não traz retorno financeiro”.
Ainda assim, ela não pensa em desistir da profissão. “Estou sempre me cuidando: faço drenagem linfática, tratamentos para manter a pele e o cabelo saudáveis, procuro manter uma boa alimentação...”, conta Jéssica. “Claro que não dá pra viver na base da salada. Gordinha é gordinha, né?”, brinca

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