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sábado, 12 de fevereiro de 2011

Cirurgia Bariátrica


Está sendo cada vez mais comum obesos aceleram a ‘engorda’ para realizar a cirurgia bariátrica. No entanto, especialistas alertam que o artifício usado para obter grau de morbidade pode trazer sérios danos à saúde.
“Estou engordando para fazer a cirurgia”. Essa frase é muito mais comum do que se imagina entre obesos que desejam fazer a cirurgia bariátrica, indicada para redução de estômago, e ainda não alcançaram o peso ideal para serem submetidos ao procedimento. Em vez da reeducação alimentar para perder peso, muitos pacientes optam pelo método mais radical, confiantes de que a cirurgia é a saída para o problema. Especialistas condenam tal atitude, alertando que o ganho de peso acelerado pode trazer sérios riscos à saúde. Do outro lado, planos e convênios médicos são ainda mais rigorosos e exigem uma lista de exames e laudos para autorizar o procedimento.
Engordar para se tornar candidata ao procedimento foi a meta da artista plástica G.M.C, 33 anos. Em um ano, ela ganhou 12kg, passando a pesar 98kg, distribuídos em apenas 1,55m de altura. “Era muito mais fácil engordar dez quilos do que perder 40kg. Passei a minha adolescência inteira tentando emagrecer e não conseguia. Para mim, a cirurgia é a única forma de conseguir alcançar o peso adequado. Já tenho laudo de um psicólogo que atesta que tenho compulsão por comida”, revela a paciente.
A decisão foi tomada após anos de dietas frustradas e ao saber que ainda não tinha o perfil para o procedimento. Sem apresentar problemas graves de saúde, como hipertensão arterial, apnéia do sono e colesterol alto, ela também não tinha índice de massa corpórea (IMC) acima de 40 kg/m2 – o mínimo para ser classificada como portadora de da obesidade mórbida. Com a dieta de engorda, G.M.C passou de obesa moderada, com IMC de 35.8, para obesa mórbida, com IMC de 40.79.
A paciente diz que mantém o anonimato por medo de que o plano de saúde vete a cirurgia, sob a alegação de utilizar meios ilegais para o procedimento. Ela defende que não se trata apenas de uma questão estética. O ganho de peso já trouxe conseqüências para sua coluna, problemas dermatológicos e deixou seu estado emocional abalado. “Não tenho qualidade de vida nenhuma. Minha auto-estima é muito baixa. Me olho no espelho e não tenho vontade de viver. Morro de vergonha quando tenho que abaixar até para pegar uma moeda”, desabafa.
Conheçam os principais exames exigidos:
* Exames de sangue completos;
* Raio-x das articulações;
* Endoscopia;
* Polissonografia (diagnóstico da apnéia);
* Ecocardiograma;
* Eletrocardiograma;
* Mamografia para as mulheres;
* Avaliação psicológica;
* Em alguns casos, o histórico de consultas com um médico endocrinologista, com o objetivo de provar a tentativa de tratamento para emagrecimento.
Possibilidade de adquirir doenças:
Casos como o da artista plástica G.M.C não são isolados. Obesos classificados nos graus I e II, que não conseguem sucesso através de dietas, fazem de tudo para alcançar o índice de morbidade. O cirurgião bariátrico Márcio Café alerta que o ganho de peso acelerado é uma atitude condenável, além de ser extremamente perigosa. “Quem aumenta mais de 20% o seu peso corre quatro vezes mais o risco de desenvolver doenças associadas à obesidade mórbida, como diabetes, hipertensão, gordura no fígado, comprometimento nas articulações, entre outras”, afirma.
O especialista diz que a cirurgia deve ser a última alternativa para o obeso, lembrando que o procedimento também oferece riscos. O cirurgião salienta que, antes da indicação cirúrgica, são avaliados todos os exames do paciente, inclusive os psicológicos. O procedimento é indicado quando se constata o insucesso com o método da reeducação alimentar e se forem detectadas doenças com complicações graves, como hipertensão, apnéia e colesterol elevado. A avaliação é feita por uma equipe composta de vários profissionais.
O especialista defende, no entanto, que o procedimento não deve ser apenas indicado com base no IMC. Ele deve levar em consideração casos em que a obesidade esteja interferindo na saúde do paciente e comprometendo a sua qualidade de vida. “Há obesos que possuem IMC de 40 e não possuem exames alterados, enquanto outros possuem IMC de 35 e já estão doentes. Estes têm muito mais chances de serem operados”, explica. É com base nessa avaliação que os médicos condenam os planos de saúde que tentam impedir a realização da cirurgia em pessoas consideradas obesas moderadas, com IMC menor que 40, mas que apresentam problemas de saúde. “Os planos precisam entender que não vamos operar índices, mas sim, pessoas”, pontua.
Para a psicóloga Sylvia Barreto, que trabalha no Centro de Obesidade do Instituto Márcio Café, a ânsia de alguns pacientes em fazer a cirurgia bariátrica se justifica pela crença de que o procedimento representa a cura definitiva da obesidade e o fim de todos os problemas relacionados ao peso.
Essa é uma falsa idéia, afirma a psicóloga. “A obesidade não tem cura. O paciente não pode achar que irá ficar curado. Ele terá que controlar o peso para o resto da vida. A cirurgia é apenas um tratamento”, alerta.
A especialista salienta que, geralmente, os pacientes obesos apresentam estado emocional abalado, com quadros de ansiedade, baixa auto-estima, limitações na vida social e afetiva e depressão. Esses fatores contribuem para que essas pessoas se sintam mais vulneráveis a certas atitudes radicais.
Principais indicações e cálculos:
A cirurgia bariátrica é realizada quando o índice de massa corporal (IMC), ou seja, a razão entre o peso e o quadrado da altura é maior que 40kg/m². É o caso, por exemplo, de uma pessoa de 1,70m que pesa mais de 116kg. A operação também é indicada nos casos em que o IMC varia entre 35kg/m² e 40kg/m² e o paciente apresenta diabetes, hipertensão arterial, apnéia do sono, hérnia de disco ou outras doenças associadas. Em ambos os casos, o Consenso Latino-Americano de Obesidade só recomenda o procedimento a pessoas que vêm ganhando peso nos últimos cinco anos, sem resposta satisfatória ao tratamento convencional.
Texto escrito por Cilene Brito.

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