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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Boa notícia para gordinhos

Fonte: O Estado de São Paulo

Vida sedentária, alguns quilos a mais, níveis de colesterol, de triglicérides e de glicose aumentados e pressão arterial elevada. Essa combinação de sintomas é chamada pelos médicos de síndrome metabólica e afeta grande parte da população. Se não for tratada, a chance de o indivíduo desenvolver diabete tipo 2 e problemas cardiovasculares aumenta. Até agora, a culpa recaía sobre nossos hábitos alimentares ruins e falta de exercícios. Uma nova descoberta joga parte da culpa nas bactérias que habitam nosso intestino.

O interior do intestino faz parte do meio externo. O tecido que recobre o intestino, assim como a pele, constitui uma barreira física que separa o interior do nosso corpo do meio externo. Bactérias e vírus precisam passar por esta barreira para nos invadir. Por possuir uma superfície enorme e ser o local onde vivem trilhões de bactérias, o intestino é constantemente monitorado pelo sistema imune.

Uma das moléculas do sistema imune capaz de detectar bactérias é chamada de TLR5. Esse receptor se liga ao flagelo (aquele pequeno rabo) das bactérias, mas sua função exata ainda não é conhecida. Para entender seu papel, os cientistas construíram camundongos TRANSGÊNICOS nos quais o gene da TLR5 foi removido. Foi comparando as linhagens sem TLR5 com linhagens normais de camundongos que o papel das bactérias no aparecimento da síndrome metabólica foi desvendado.

Camundongos sem TLR5 engordam facilmente, chegando a pesar 20% a mais que os irmãos normais. Seus níveis de triglicérides e colesterol são mais altos, acumulam gordura no abdome, apresentam resistência à insulina e pressão arterial elevada, um quadro muito parecido ao da síndrome metabólica humana. Submetidos a uma DIETA rica em gorduras, esses mutantes se tornam diabéticos. Uma DIETA rigorosa corrige parte dos sintomas.

Mas como a ausência de um receptor capaz de detectar bactérias no intestino provoca a síndrome metabólica? A primeira evidência veio da constatação que esses animais sofrem de um processo crônico de inflamação semelhante ao de pacientes com síndrome metabólica. Suspeitando que talvez a inflamação fosse causada pela dificuldade desses animais em combater as bactérias presentes no intestino, os cientistas trataram os animais sem TLR5 e seus irmãos normais com doses altíssimas de antibióticos, o que diminuiu em 90% a quantidade de bactérias no intestino. Após esse tratamento, a síndrome metabólica desapareceu dos animais sem TLR5.

Novas bactérias. Com a suspeita recaindo sobre as bactérias intestinais, os cientistas foram verificar se os dois grupos de animais possuíam a mesma flora intestinal. Descobriram que tanto a quantidade quanto a variedade de bactérias presentes no intestino eram diferentes nos animais sem TLR5. Isso levou os cientistas a acreditarem que a falta do receptor TLR5 permitia o aparecimento de novas bactérias no intestino, o que causava um processo inflamatório, que por sua vez afetava o apetite, os níveis de colesterol, triglicérides e glicose.

Para testar essa hipótese, eles fizeram o experimento mais importante. Primeiro, coletaram amostras da população de bactérias do intestino dos animais sem TLR5 (com síndrome metabólica) e de animais normais. Em seguida, usaram essas bactérias para colonizar o intestino de camundongos normais criados em condições estéreis.

O resultado é surpreendente. Camundongos normais, quando colonizados com as bactérias provenientes de animais sem TLR5, desenvolvem síndrome metabólica. Isso sugere que as bactérias presentes no intestino são uma das causas da síndrome.
Se o mecanismo que causa a síndrome metabólica em humanos for semelhante, isso muda completamente nossa compreensão dessa doença. A boa notícia é que talvez não seja nosso apetite a causa do aumento de peso, mas sim a presença de bactérias e o processo inflamatório.

Por outro lado, o fato de ser possível transmitir a síndrome metabólica transplantando bactérias intestinais significa que essa enfermidade se enquadra na classe das doenças infecciosas, o que confere um novo significado para a expressão "epidemia de OBESIDADE".

Esse achado lembra a descoberta, feita por volta de 1980, de que as úlceras gástricas são causadas por bactérias e não pelo estresse da vida moderna, o que revolucionou o tratamento das úlceras.

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